como assim logo depois de uma mensagems de que não tenho vontade de escrever eu venho aqui e escrevo um montão?
minhas palavras sempre foram minhas lágrimas, agora elas apenas voltaram a ser...
ora, por que hei de estar triste com boas noticias pululando pela minha vida?
porque para cada boa notícia eu tenho uma daquelas piores ainda...
sei lá, existem momentos na minha vida em que o fim seria tão prazeroso quanto uma boa...
morte.
além, nada mais há
na procura incerta dos lugares
encontrei num rosto a multidão
estava em lugar incerto
mais que errado não posso dizer
atos e efeitos sonoros colaterais
unilateralidade da biovida multipla
onde objeto é desejo indireto
na vontade perdida do esqueleto
que nem mais o sangue sobrou
para a perda da vida reta
que não lhe resta mais sentido
ouvido o som disparo alto
surda na calada da noite
entre o sol do meio-dia e o entardecer
amanhece sempre mais um amor
os movimentos enferrujados
pelos anos em torpor involuntário
fugitivo de um tempo em que a hora
dizia que chegava mas não viria
solidão acompanhada de whisky
e horas de doom e ainda o chamam gótico
no cinza de entardecer d
o que seria um bom crepúsculo
cana-de-acúcar que queimam
mancha minha cama branca de vermelho
derreto então e caramelo
do desejo agora incerto
berro um corre outro cai
na psicina e feito peixe foge
aos nados pela vida
pois anseio é o algo que se teve
e agora não para de ir longe
se ocupa com a vida o viver
filosofias de falas de pessoas
pensamento poeta que só sabe se
escreve bem na hora e momento
infelicidade para os bons felicidade
colore a morte de vermelho
mas o que eu quero mesmo
é a vida preto e cinza
grayscale
saiu poema
sentimento
que não rima
nem nos montes
verdes colinas
amareladas pelo vento
que passou cheio do pólen
para fecundar a flor
que um dia pensou e disse
que não queria ser assim
nascia para o amor sentido
e não para o sentido vida
vida vermelha e seca
seca os pensamentos e fas poça
de ilusão nos meus buracos
chama saída onde é túnel
e de túnel a parede
bate a cabeça
ganha vida
sente o cheiro
se aproxima
come
uma luz branca na noite escura
branca demais para ser tua
atrás da árvore brincando
outra noite se aproxima
corro e grito e penso e choro
queria pregar bem lá na lua
com estaca ou alfinete
'eu te amo e sou sua'
que pobreza de sentido
teria o escrito lá
se ao pé do seu ouvido
você não chega a me escutar
os problemas aqui da terra
que na lua não existem
não me deixariam triste
...