damn, almost a dead
sabe aquela cena de dawn of the dead (madrugada dos mortos no brasil) onde os pessoal do shopping manda o cao na loja de armas e o rapaz é infectado? lembram a primeira coisa que ele fez? subir no telhado e 'escrever' na lousa... a coisa que ele mais fazia ainda vivo...
essa intro é sobre a raiva que tenho agora. raiva contida que nao pode ser execrada assim como nao o pode ser meu pai...
o que mais ele fazia antes da primeira internação? passava horas embebedando-se no restaurante na esquina de casa (que na epoca era ainda uma "pitiçaria"). é o que ele sempre tenta fazer quando chegam estas horas de sol intenso. como confiar que ele nao faria isso? só mesmo uma tola coração mole para deixar de ser durona e acreditar que ele faria o que diz. bobagem, ele esquece tudo.
é triste e revoltante. mas nao me compensa ficar remoendo isso na internet. só achei legalzinho seria postar essa analogia, essa similaridade que encontrei, no filme de zumbis e na vida de meu pai. para os ignorantes, aéreos, desligados ou desavisados: sim, estou dando ao meu pai a qualificação de zumbi. um ser descontorlado. sua obsessão? cigarros. é um doente, sem cura, sem chance, sem escrupulos, sem opinião, sem sonho, sem vida. e parece que também sem passado - pelo menos na própria cabeça. e este disturbio mental É genético e passivel de transmissão congenita.
não se pode confiar em um suspiro deste ser e também nunca antes pôde-se fazer isso. um traidor em todas as suas formas. eu tenho como pai uma das piores pessoas do mundo, o que queriam de mim? que fosse o exemplo de menina? bom, ele está colhendo os frutos da semente que plantou, e eu estou tendoque arrancar as ervas daninhas que ele deixou antes de conseguir plantar minha propria semente. um estorvo para mim. mas ainda assim estou presa pelos laços indizíveis de um sentimento misto que nao sei definir.
nao é lamentação, é constatação. não quero piedades, mas um pouco mais de atenção seria bem-vinda, ainda mais dos especiais...
pequena grande pessoa que está ao meu lado e me tem ammor assim como eu he tenho: quisera eu o mundo fosse diferente e nossas vidas pudessem conter mais calma. mas como nos foi dado a honra de sobreviver em meio ao caos e a turbulencia desta vida injusta, deixe lin retornar e nara nos abraçar para sempre...estou fazendo tudo quase que sozinha. mas é isso que vai me deixando boa para continuar para sempre. otimismo? apenas uma forma de realizar.